O confronto que ocorrerá nesta quarta-feira, às 19h, no Parque Central, estádio reconhecido como um dos mais emblemáticos do futebol sul-americano, terá grande importância para as equipes do Internacional, Nacional-URU e seus respectivos objetivos no Grupo B da Libertadores. Uma vitória garantirá aos colorados a classificação para as oitavas de final, enquanto os uruguaios também ficarão próximos da vaga em caso de triunfo (dependendo, posteriormente, de um empate contra o Metropolitanos, que já foi eliminado, em Montevidéu). As lembranças desse encontro evocam sentimentos positivos para os gaúchos.
Destaca-se, sobretudo, a recordação marcante de 2006, quando os dois times se enfrentaram na fase de grupos e, posteriormente, nas oitavas. No jogo de ida, a atmosfera fervorosa do Parque Central ecoava nas arquibancadas. Sob pressão, Vanzini, de cabeça, abriu o placar a favor dos donos da casa. Nos acréscimos do primeiro tempo, Jorge Wagner cobrou uma falta com maestria, superando a barreira e o goleiro, que sequer se mexeu.
Na segunda etapa, Fernandão venceu a disputa aérea, e a bola acabou nos pés de Rentería. O carismático colombiano aplicou um drible desconcertante em seu oponente e finalizou com perfeição, encobrindo o goleiro. A bola ainda tocou de leve na canela. Em entrevista concedida à GZH, Rentería relembrou.
— Das muitas lembranças boas que tenho com o Inter, a que sempre sempre falo é a do gol conta o Nacional no Uruguai. Inesquecível. – Disse Rentería.
A vitória por 2 a 1 abriu caminho para a equipe avançar na competição. No confronto de volta, um empate em 0 a 0 no Beira-Rio foi suficiente para garantir a vaga nas quartas de final, onde o time comandado por Abel Braga enfrentou a LDU. Em seguida, vieram os confrontos contra o Libertad e o São Paulo, culminando na conquista do título da Libertadores.
Treze anos mais tarde, o Internacional retornou ao Parque Central para um confronto eliminatório. Dessa vez, tratava-se das oitavas de final da Libertadores, com o jogo de ida realizado em Montevidéu. O embate equilibrado entre as equipes foi decidido por Paolo Guerrero aos 44 minutos do segundo tempo.
No jogo de volta, Guerrero novamente deixou sua marca, e Moledo completou o placar de 2 a 0, garantindo a classificação da equipe de Odair Hellmann para as quartas de final. Moledo, aliás, é o único remanescente daquele grupo e é cogitado para iniciar a partida no Uruguai, formando dupla de zaga com Vitão, uma vez que Nico Hernández está suspenso devido à expulsão contra o Metropolitanos.
Contudo, também ocorreram derrotas para o Nacional. A final da Libertadores de 1980 foi disputada no Estádio Centenário, mas houve uma dolorosa derrota no Parque Central. Isso aconteceu dois meses após a conquista do título mundial, na estreia da Libertadores de 2007.
O primeiro jogo do Grupo A teve um Internacional ainda em ressaca, que conseguiu abrir o placar, mas não resistiu à pressão dos uruguaios e acabou sofrendo uma derrota por 3 a 1. Aliás, o terceiro gol foi um dos fatores responsáveis pela eliminação precoce do então campeão no critério de saldo de gols.
O fator casa tem sido uma vantagem para o Nacional, que se mantém invicto em seus domínios nesta temporada. O clube anunciou que todos os ingressos para a partida de quarta-feira já foram vendidos, o que significa que o Internacional terá pela frente um público de aproximadamente 35 mil pessoas, além do adversário em si.
O Nacional teve um período de preparação especial, encerrando sua participação no Torneo Apertura em 14 de maio e enfrentando o Independiente Medellín no dia 23. A equipe voltou a jogar no último sábado, empatando por 1 a 1 com o Cerro.
“Estamos cientes de que este será um jogo fundamental para a Libertadores, e o encaramos com seriedade”, afirmou o meio-campista Torito Rodríguez em uma entrevista ao jornal El Observador.
Em Montevidéu, o Internacional carrega consigo as boas lembranças do passado, visando encaminhar sua classificação na Libertadores. Especialmente após as recentes eliminações no Beira-Rio, é hora de assumir riscos.