Imagem interna do ônibus revela o pavor vivido pelos jogadores em ataque de torcedores

Um protesto violento marcou a reapresentação dos jogadores do Grêmio, na tarde desta quarta (1). Após o ônibus onde estavam os jogadores ser recebido a pedradas, houve confronto entre torcedores gremistas e a Brigada Militar. No total, quatro manifestantes foram detidos, e não houve feridos. O clube já fez um primeiro levantamento dos prejuízos materiais.

Os carros de duas funcionárias da cozinha, de um segurança e de um membro da comissão técnica foram danificados. Além disso, foram quebradas a caixa d’água e as placas de energia solar do CT. O ônibus do clube também sofreu avarias na lateral e na parte frontal.

Os primeiros torcedores gremistas chegaram ao CT pouco depois das 13h e fixaram em frente ao CT, nas margens da BR-290, alguns cartazes com mensagens contra o presidente Romildo Bolzan Júnior, o vice de futebol Marcos Herrmann e alguns jogadores, especialmente o atacante Ferreira. No total, 150 torcedores participaram do ato. Em um primeiro momento, a manifestação ocorreu de forma pacífica.

Prevendo os protestos, o Grêmio orientou que nenhum atleta fosse ao CT com seu carro particular. O grupo de jogadores se reuniu na Arena e se deslocou de ônibus para o treino. As cenas de violência tiveram início por volta de 14h15min, quando a delegação chegou ao local e foi alvo de pedradas e rojões. Foi o momento em que ocorreu a ação da Brigada Militar.

— Nós estávamos monitorando esta situação desde a manhã, bem cedo, porque tínhamos a informação da manifestação. Nós, profissionais de segurança, sempre partimos do pressuposto que isso (arremesso de pedras) pode acontecer. Nos preparamos para isso e colocamos nosso pessoal de modo a nos proteger e proteger o terreno. A ação da Brigada Militar foi dentro da técnica e da igualdade de proporções do que foi feito contra nós — declarou o comandante do 11º Batalhão da Brigada Militar, Tenente-Coronel Luis Felipe Neves Moreira, em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha.

Após os policiais dispersarem torcedores com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, os manifestantes se afastaram do portão de acesso, mas reagiram com mais pedradas. Na sequência, os vândalos arremessaram objetos também na direção do CT Luiz Carvalho. Algumas pedras chegaram inclusive a cair no gramado suplementar, mas nenhum jogador ou funcionário foi atingido.

O momento mais tenso ocorreu quando um pequeno grupo de torcedores tentou invadir o local de treinamentos. A situação se normalizou apenas quando alguns policiais ingressaram no pátio do CT e, de dentro, dispersaram os manifestantes, com mais bombas. No total, quatro pessoas foram detidas. A Brigada Militar pretende analisar as imagens do confronto para identificar mais torcedores.

— As filmagens vão falar por nós. Temos os relatos dos policiais de que pessoas, que são reincidentes, estavam próximo às torcidas organizadas e, como disse o presidente de uma delas, nem todos eram integrantes. Agora vamos identificá-los para iniciar a responsabilização — concluiu Neves Moreira.

Imagem interna do ônibus revela o pavor vivido pelos jogadores, vídeo abaixo