Após fechar a venda do primeiro pacote de transmissões do Brasileirão para 2025 com a Record e o YouTube, a Liga Forte Futebol (LFU) intensificou as negociações para o segundo pacote. De acordo com apurações do Estadão, a Amazon se apresentou como a possível compradora, oferecendo uma proposta para transmitir, através de sua plataforma de streaming Prime Video, os jogos com mando de campo de clubes como Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Vasco, Fluminense, Botafogo, e Fortaleza, entre outros, a partir do próximo ano.
Além dos acordos fechados com a Record e o YouTube, que irão transmitir as mesmas partidas simultaneamente, a LFU está próxima de assegurar a transmissão exclusiva de outro confronto pela Amazon no Prime Video. Esse pacote, destinado a plataformas pagas e canais de assinatura, abrange 38 partidas da temporada, uma em cada rodada.
A venda dos dois pacotes gerará uma receita anual superior a R$750 milhões para a Série A. A LFU tem um total de seis confrontos por rodada; portanto, caso a proposta da Amazon seja aceita, ainda restarão quatro jogos em negociação.
Os membros da LFU na Série A incluem Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Fortaleza, Cuiabá, Criciúma e Juventude. Em divisões inferiores estão clubes como Sport, América-MG, Goiás, Ceará, Avaí, Chapecoense, Coritiba, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA, Operário, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta e Botafogo-SP.
No Brasil, a Amazon detém os direitos de transmissão da NBA e da Copa do Brasil desde o ano passado, por meio de um acordo de licenciamento com a Globo, válido até 2026. O serviço de streaming tem o direito de exibir um jogo exclusivo por rodada da competição e contratou narradores renomados, como Cléber Machado, ex-Globo, e Rômulo Mendonça, ex-ESPN. Recentemente, o Prime Video transmitiu o jogo de ida das quartas de final entre Vasco e Vitória, e em breve exibirá a partida de volta entre as equipes, que acontecerá em Curitiba.
A entrada de gigantes como Google e Amazon no mercado de transmissão do Brasileirão segue uma tendência global, onde os direitos de TV são cada vez mais fragmentados entre diferentes plataformas.
Fontes consultadas pelo jornal Estadão indicam que a LFU segue em negociações avançadas com vários interessados na aquisição dos direitos de transmissão dos quatro jogos restantes por rodada. A LFU controla 60% dos confrontos do campeonato, totalizando 228 partidas em seus pacotes.
A LFU está conduzindo as negociações de seus direitos de TV ao comercializar as partidas dos clubes integrantes com diferentes tipos de plataformas, incluindo TVs abertas, canais pagos e serviços de streaming, sejam eles por assinatura ou gratuitos. Esse modelo de comercialização difere do adotado pela Libra, que optou por negociar seus direitos de transmissão exclusivamente com a Globo, permitindo a exibição dos jogos em várias de suas plataformas.
Na LFU, a distribuição da receita obtida com os direitos de transmissão entre os clubes é feita da seguinte forma: 45% de forma igualitária, 30% com base no desempenho das equipes e 25% de acordo com a audiência.
Globo fechada com bloco do Grêmio
Do outro lado, a Libra é atualmente composta por clubes como Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Bahia, Vitória, além do Santos, que está na Série B.
Em março deste ano, a Libra firmou um acordo exclusivo com a Globo, válido por cinco anos, que deve gerar R$ 6,5 bilhões para os clubes. O contrato garante a transmissão das partidas, onde os clubes do bloco são mandantes, em todas as plataformas do Grupo Globo, incluindo TV aberta, fechada, streaming e pay-per-view.
O acordo com a Globo renderá R$ 1,1 bilhão anualmente para os membros da Libra, desde que nove dos clubes do bloco estejam na Série A. Caso contrário, o valor será reduzido. O cálculo não inclui o Premiere, que oferecerá um pagamento adicional pelas partidas transmitidas no pay-per-view.
Tanto a Libra quanto a LFU têm trabalhado há anos na criação de uma liga nacional de futebol independente da CBF, atualmente responsável pela organização das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.
