A proposta de Renato Gaúcho de um Brasileirão sem rebaixamento não encontra apoio entre os clubes do Rio Grande do Sul e na CBF. Atualmente, é uma perspectiva considerada inviável, mesmo diante das intenções do Grêmio, Internacional e Juventude para a reunião do conselho técnico da Série A, marcada para segunda-feira (27).
Posicionamento de Inter, Grêmio e Juventude
Os clubes do Rio Grande do Sul não aderiram à campanha. Optaram por não abordar o assunto no momento, principalmente devido aos desafios técnicos envolvidos.
O Internacional comunicou ao portal UOL que nem sequer discutiu o tema. O Grêmio também optou por não se pronunciar, principalmente por que seu técnico foi pioneiro na ideia de isenção do rebaixamento aos times gaúchos devido aos prejuízos causados pelo alagamento no RS.
O Juventude não fez uma declaração formal. No entanto, de acordo com informações obtidas também pelo UOL, o clube entende que abolir a possibilidade de rebaixamento poderia gerar oposição a outras propostas para o campeonato.
CBF descarta e cita lei
A confirmação pela CBF do retorno do Brasileirão em 1º de junho, juntamente com a determinação de onde os times gaúchos realizarão seus jogos fora de Porto Alegre, indica claramente o cenário que provavelmente persistirá até o final da temporada, ou até que seja possível uma mudança.
Quanto à proposta de isenção de rebaixamento, a CBF é contrária, tanto em uma escala geral quanto quando aplicada especificamente aos clubes gaúchos. A entidade considera que existem razões técnicas e legais para não abordar esse tema e para manter os critérios de promoção e rebaixamento inalterados.
O presidente Ednaldo Rodrigues já afirmou anteriormente à Globo que, se um time pode aspirar ao título, também deve estar sujeito ao risco de rebaixamento. Essa posição está alinhada com o que estabelece a Lei Pelé, que determina a existência de promoção e rebaixamento na divisão de elite do futebol.
Presidente da CBF se posiciona contra outra vez
Ednaldo Rodrigues, líder da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), comunicou também falou para a Rádio Gaúcha que é pouco provável a realização de um Brasileirão sem clubes rebaixados. Ele fez tais observações no Maracanã, onde compareceu em apoio ao Futebol Solidário, um evento voltado para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul, neste domingo (26).
“Embora todas as conciliações sejam possíveis, a exclusão do rebaixamento não está nos planos da CBF, e acredito que também não esteja nos planos de nenhum clube, pois seguimos um calendário, um regulamento da FIFA e o estatuto da CBF. Existem duas leis que estabelecem que o acesso é determinado pelos critérios técnicos, tanto a Lei Pelé quanto a Lei Geral de Esportes. Portanto, seria necessário modificar a legislação fundamental para evitar o rebaixamento”, explicou o dirigente.
Posteriormente, Ednaldo expressou sua intenção de dialogar com as equipes do Rio Grande do Sul e todos os outros participantes da Série A para determinar os próximos passos do futebol brasileiro. Ele também mencionou a possibilidade de uma nova interrupção:
“Isso dependerá dos clubes, vamos ouvi-los. Da parte da CBF, buscamos um acordo para que a competição termine dentro do calendário de 2024, em 8 de dezembro. No entanto, isso dependerá muito do que for discutido com os clubes, e respeitaremos a posição da maioria.”